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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MENSAGEM DE DOMINGO - NOITE DO ACAMPADENTRO

TRANSFORMANDO FRACASSOS EM VITÓRIAS (PARTE 2)

Texto base: 1 Crônicas 28.1- 9

Introdução:
Uma das principais fontes do sofrimento humano é o sentimento de frustração.
Sempre que sentem uma dificuldade de alcançar o que julgam essenciais para a sua felicidade, a maioria dos seres humanos começa a cultivar a frustração e com ela a amargura, o rancor, a ansiedade. E, na seqüência, acabam por desenvolver compulsões por comida, bebida, jogo, drogas e outros paliativos nos quais buscam desesperadamente preencher o seu vazio interior.
Todos nós, em algum momento da vida, nos sentimos (ou sentiremos) frustrados. Faz parte da vida. Eu senti, você sentiu. Davi sentiu. Veja as palavras de Davi em 1Crônicas 28.2: “Era meu propósito de coração...”.
Quando Davi profere essas palavras ele não é mais um adolescente, na verdade ele está velho. As mãos firmes que balançaram a funda estão trêmulas. O pés que dançavam diante da arca agora se arrastam vagarosamente. Seus reflexos aguçados de guerreiro estão lentos. Seus cabelos estão grisalhos e a pele está sem firmeza. Mas ele não está só, na verdade uma multidão o ouve. Toda corte real: conselheiros, camareiros, copeiros, todo tipo de servos. Eles se reúnem a pedido do Rei Davi. O rei está cansado. O tempo de sua partida está próximo. Sua voz está fraca, mas todos ouvem enquanto ele fala: “Era meu propósito de coração edificar...”
Modo estranho de começar um discurso de despedida. Davi não fala do que realizou, mas o que queria fazer, mas não pode. “Era meu propósito de coração edificar uma casa de repouso para a arca da Aliança do SENHOR e para o estrado dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar” (v.2).


PROPÓSITOS, PLANOS, TRABALHO DURO E...
Um templo. Este era o propósito de Davi. O que ele fez por Israel, ele queria fazer pela arca – protegê-la. O que havia feito com Jerusalém, ele queria fazer com o templo – firmá-lo no Senhor. E quem melhor do que ele para fazer isso? Não foi ele, literalmente, que escreveu o livro sobre adoração? Não foi ele que recuperou a arca da aliança? O templo teria sido a “cereja do bolo”, a obra assinada por ele. Davi esperava dedicar seus últimos anos à construção de um santuário para Deus. Pelo menos, essa era sua intenção.
Ele tinha os planos, a intenção, arquitetos, construtores e desejo. Mas então porque nenhum templo? Será que Davi desanimou? Negativo. Ele continuava disposto. As pessoas resistiam? Dificilmente, pois elas doavam com generosidade. Falta de recursos? Pelo contrário, veja em 1Cr 22.3,4: “Aparelhou Davi ferro em abundância, para os pregos das folhas das portas e para as junturas, como também bronze em abundância, que nem foi pesado. Madeira de cedro sem conta, porque os sidônios e tírios a traziam a Davi, em grande quantidade”. Então o que aconteceu?
Apareceu uma conjunção. As conjunções funcionam como as luzes de um sinal de trânsito numa sentença. Algumas, como um E, são verdes. Outras, como um NO ENTANTO, são amarelos. Algumas são sinais vermelhos e da pior espécie, os chamados vermelhos ditatoriais. Estes sinais fazem a gente parar. E, Davi recebeu um sinal vermelho destes.
“Então, Davi convocou para Jerusalém todos os príncipes de Israel, os príncipes das tribos, os capitães dos turnos que serviam o rei, os capitães de mil e os de cem, os administradores de toda a fazenda e possessões do rei e de seus filhos, como também os oficiais, os poderosos e todo homem valente. Pôs-se o rei Davi em pé e disse: Ouvi-me, irmãos meus e povo meu: Era meu propósito de coração edificar uma casa de repouso para a arca da Aliança do SENHOR e para o estrado dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar. Porém Deus me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue. E me disse: Teu filho Salomão é quem edificará a minha casa e os meus átrios” (1Cr 28.2,3,6)
O temperamento sanguinário de Davi custou-lhe o privilégio de construir o templo. Tudo o que podia dizer era: “Era meu propósito de coração edificar”. Ele dizia: Tinha oi propósito, fiz planos, trabalhei duro, MAS Deus...
Neste momento me ocorre um monte de nomes de pessoas que disseram as mesmas palavras. Deus tinha planos diferentes dos delas. Pense comigo:
- uma pessoa espera mais de 30 anos para casar, e após casar, passados 3 anos, o casal decide curtir uma viagem de férias e num acidente de trânsito um dos conjugues morre.
- Um jovem casal reforma o quarto preparando para abrigar seu primeiro filho, então a esposa sofre um aborto.
- um jovem estuda sistemática e diariamente se preparando para o vestibular, fica quase sem nenhum convívio social, a dedicação é exclusiva. Ele verifica a lista de aprovação e seu nome esta lá e as comemorações acontecem. Mas num telefone ele é avisado que seu pai morreu num enfarto repentino e agora sua mãe e irmãos mais novos dependem dele.
Tinha o propósito, fiz planos, trabalhei duro, MAS Deus...

Willem estava decidido que seria um pregador. Aos 25 anos de idade ele já sabia sua vida era para ser consagrada ao ministério. Ele fazia de tudo: vendia obras de arte, ensinava idiomas, negociava livros. Fazia de tudo para ganhar a vida, mas não era a vida que desejava. Sua vida era a igreja. Sua paixão estava voltada para as pessoas. Foi missionário na Bélgica em 1879 e lá teve sua vocação testada: uma explosão feriu inúmeros aldeões. Willem trabalhou duro passando o dia todo cuidando dos ferimentos das pessoas e a noite passava alimentando os famintos. Ele escavou as paredes da mina para ajudar no resgate.
Passado o episódio, depois de tudo limpo e sepultado os mortos, o jovem Willem ganhou um lugar especial no coração daquele povo (Borinage). A igrejinha encheu de pessoas sedentas por suas mensagens de amor, lá estava ele fazendo o que sempre sonhou. MAS...
Certo dia, numa visita de seu superior, o estilo de vida de Willem o deixou chocado. O jovem pregador usava roupas feitas de saco e vivia numa cabana simples na aldeia e doava todo seu salário para os mais necessitados. Após ser questionado e severamente advertido, o supervisor de Willem o afastou do ministério.
O jovem ficou arrasado. Afinal, ele só queria edificar uma igreja. Ele só queria fazer algo bom. Ele só queria honrar a Deus. Por que Deus não o deixava fazer esse trabalho?
Tinha o propósito, fiz planos, trabalhei duro, MAS Deus...


O “MAS DE DEUS” E A MINHA REAÇÃO
O que você faz quando os momentos da vida em que os “MAS de Deus” aparecem?
- Como Willem lidou com o MAS de Deus? Bom, antes de Willem, gostaria de ver com você como foi que Davi respondeu quando Deus mudou seus planos.
“O SENHOR, Deus de Israel, me escolheu de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse eu rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por príncipe e a casa de meu pai, na casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim, para me fazer rei sobre todo o Israel”. 1Cr 28.4
Quer entender melhor, reduza este parágrafo inteiro a uma frase apenas e teremos: “Quem sou eu para reclamar! Davi deixou de ser um adolescente anônimo para ser rei, de pastorear rebanhos para liderar exércitos, dormir em cavernas e freqüentar deserto para viver dentro no palácio. Ao desfrutar de um suculento bife com batatas fritas, você não reclamaria do jiló que esta faltando não é mesmo? Davi sabia que Deus o tinha abençoado ricamente e que ele tinha cumprido o que Deus lhe designou. Davi enfrentou o gigante da frustração com a funda da gratidão, com a pedra do “no entanto, o Senhor...”. Davi confiou e louvou.
Willem fez o mesmo. Não no início, na verdade ficou bem magoado e por causa disso ficou algumas semanas naquela vila, sem saber para onde voltar ou o que fazer. Certa tarde, ele viu um velho mineiro carregando uma enorme carga de carvão. Surpreso com a dor e com a perseverança daquele homem, Willem resolveu desenhar aquele momento e o fez e refez, até que conseguiu deixar o desenho do jeito que desejava. Ele não sabia, a aldeia não sabia, o mundo não sabia, mas Willem, naquele momento, descobriu seu verdadeiro chamado.
Não eram as roupas de um pastor, mas de um artista. Não era o ministério com as palavras mas o de imagens. Willem seria conhecido mais tarde como Vincent Willem van Gogh (maior expoente do pós-impressionismo).
Seu “MAS Deus” tornou-se um “NO ENTANTO, o Senhor”. Quem dirá que com o seu não ocorrerá o mesmo?
“Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará”. Salmos 37:5

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