TUDO MUDA, MENOS OS VALORES DE DEUS EM MIM
Texto base: 1 Coríntios 10.11-13; Mateus 24.35
INTRODUÇÃO:
Nosso mundo gira numa velocidade tremenda e com isso, muita informação é despejada em nossas mentes sem que haja tempo para que possamos refletir e decidir acertadamente quais ações devemos ter em relação aos modismos lançados quase que diariamente.
Várias conseqüências são decorrentes de nossa atitude impensadas em relação aos “novos” valores que nos são apresentados. Porém os efeitos não são quase sempre imediatamente reconhecíveis ou óbvios, mas assim como sementes plantadas produzem uma colheita inteira, nossas atitudes trarão resultados positivos ou negativos na minha vida.
Que o mundo muda e avança velozmente é fato e nada podemos fazer em relação a isso, mas a questão é: “No que eu posso mudar, sem que tal mudança afete negativamente minha relação com Deus, comigo mesmo e com meu próximo?”. Veremos com o exemplo de dois reis de Israel, Saul e Davi, que foram submetidos a mesma experiência de mudança, como devemos ou não agir em relação as mudanças e os valores de Deus para minha vida.
1. SAUL
A) SUA VIDA ANTES E DURANTE O CHAMADO PARA SER REI
Devido a exigência do povo, o Senhor selecionou um rei para Israel (1 Samuel 8). Ele escolheu Saul, um homem belo de uma família militar. Saul, que estava procurando as jumentas extraviadas de seu pai quando Samuel o ungiu, ficou perplexo (1 Samuel 9). Por causa da sua timidez ele se escondeu quando sua escolha foi anunciada publicamente (1 Samuel 10:21-22). Ele certamente não estava procurando glória pessoal.
B) O REINADO
Saul reinou bem, no princípio, mas gradualmente sua autoconfiança cresceu e sua confiança no Senhor diminuiu. Em 1 Samuel 15 o Senhor ordenou que Saul e seu exército conquistassem os amalequitas, uma nação que tinha atacado erradamente Israel séculos antes (Êxodo 17). Deus ordenou que os amalequitas fossem exterminados; nada deveria ser poupado. Em vez disso, Saul poupou o rei e os melhores animais. Agindo assim, ele pecou.
Deus disse a Samuel que fosse falar com Saul, que estava erigindo um monumento a si mesmo (1 Samuel 15:10-12). Quando Samuel se aproximou, Saul abriu a boca: “Bendito sejas tu do SENHOR; executei as palavras do SENHOR” (15:13). Ele parecia muito ansioso para assegurar a Samuel de que a ordem tinha sido cumprida. Samuel respondeu perguntando pelo som de bois mugindo e ovelhas balindo. Este era o ponto crítico. O que faria Saul quando confrontado com seu pecado? Saul defendeu-se (15:15). Ele explicou que era o povo que tinha poupado os animais. Ele raciocinou que isso era por uma boa causa: sacrificar ao Senhor. Saul, por conta de ter se tornado distante de Deus, obedeceu pela metade, e obediência pela metade e total desobediência. É duro aceitar a responsabilidade pelos próprios atos. Mas é muito melhor do que ficar se “justificando”.
C) AS CONSEQUÊNCIAS DA MUDANÇA EM SAUL
Samuel repreendeu Saul, contrastando sua primitiva humildade com a vontade própria e o orgulho que ele, então, estava demonstrando (15:16-18). Essa dura reprovação penetraria as defesas de Saul e faria com que ele se humilhasse e se arrependesse? Não, Saul endureceu seu coração. Ele reforçou suas desculpas, alegando que tinha de fato obedecido ao Senhor. Ele insistiu que não era sua culpa, uma vez que o povo é que tinha poupado os animais e que tudo, afinal, era para sacrificar. A consciência de Saul era fria e impenetrável. Mais tarde Saul recitaria a palavra “Pequei”, mas somente porque ele queria que Samuel voltasse e o honrasse diante do povo, não porque estivesse arrependido de fato.
Como resultado do coração duro de Saul (Romanos 2:5), Deus afastou Seu Espírito de Saul, e um espírito mal entrou nele. Daí em diante, a vida de Saul foi torturada e arruinada pela culpa. Ele se tornou paranóico, suspeitando de seu genro, Davi, e tramando matá-lo (Samuel 20:30-33). Ele assassinou 85 sacerdotes de Deus (1 Samuel 22) e resolveu consultar uma feiticeira (1 Samuel 28). Finalmente, ele se suicidou (1 Samuel 31). Saul demonstra o que acontece a uma pessoa que se recusa a confessar e arrepender-se do pecado. A culpa leva à insanidade, e a insanidade à morte.
2. DAVI
A) SUA VIDA ANTES E DURANTE O CHAMADO PARA SER REI (1Sm 16.1-13)
Deus havia ordenado por meio de Samuel que Saul destruísse completamente o povo amalequita por haverem atacado o povo de Israel durante o período do êxodo do Egito, no entanto Saul não destruiu o melhor dos despojos e o próprio rei Amalequita Agague. Por essa desobediência Samuel profetizou que Saul não seria mais o rei de Israel. Samuel, instruído por Deus vai secretamente até a casa de Jessé para ungir um novo rei para Israel. Apesar de Davi ser o mais novo de seus sete irmãos ele foi o escolhido por Deus para ser ungido.
A Bíblia relata que: Davi virou escudeiro do rei Saul; lutou sozinho contra Golias e venceu milagrosamente; tornou-se um líder bem sucedido do exército real; foi invejado por Saul e sofreu várias tentativas de assassinato por parte do rei, mas nunca revidou; quando Saul morre, ele governa Judá e logo em seguida toma Jerusalém e se torna rei de Israel.
B) SEU REINADO
Foi durante o reinado de Davi que Israel atingiu sua maior extensão territorial. Vários povos que habitavam ao redor de Israel perderam batalhas e guerras para o exército de Davi. Entre eles estavam: os Moabitas, Amonitas e as tribos Araméias. Todas essas conquistas levaram a um grande enriquecimento de Israel, já que os povos conquistados pagavam altos tributos.
Davi é sem dúvida o mais lembrado dos reis. Não apenas por ser o fundador de Israel, conquistador e aquele que tornou Jerusalém a capital dos judeus, mas também por seus Salmos.
Davi foi rei por 47 anos. Destes, sete apenas sobre Judá e os outros 40 sobre toda Israel. Logo antes de sua morte, Davi escolheu Salomão para ser seu sucessor. Assim, com 70 anos, morreu Davi.
C) AS CONSEQUÊNCIAS DA MUDANÇA EM DAVI
Uma das grandes virtudes de Davi foi a de não alterar sua vida e valores em Deus por causa das mudanças que sua vida passou. Vejamos algumas características de Davi que fizeram com que as mudanças não o alterassem:
1. Coração de servo. Davi nunca se queixou do laborioso e solitário pastoreio das ovelhas de seu pai. Ungido rei não hesitou em voltar ao seu trabalho habitual. Servia ao pai prazerosamente com o que sabia e mais gostava de fazer: estar com as ovelhas (1 Sm 16.19). Davi tinha um coração de servo. Deus mesmo o chamou de servo (Sl 78.70; 89.20)
2. Humildade. Davi era um homem humilde e reconhecedor de suas limitações (Sl 131; 40.12,17). Apesar de ser um soldado inigualável, um comandante corajoso, um rei exemplar, sempre atribuiu todas as suas vitórias ao Senhor dos Exércitos (Sl 40.5-10; 144.1,2)
3. Sinceridade. Davi nunca quis ser uma pessoa diferente do que realmente era. Portava-se perante o Altíssimo com o coração sincero (Sl 26.2; 38.9) Para o salmista, sinceridade e integridade são indispensáveis aos que desejam desfrutar de íntima comunhão com o Eterno (Sl 15).
4. Dependência de Deus. Davi dependia do Senhor em todos os momentos e circunstâncias da vida. Seu maior desejo era conhecer os caminhos de Deus, e para isso, punha-se sob sua direção em tudo que fazia (Sl 17.5; 18.21)
5. Coragem. A coragem de Davi era incontestável: matou um leão e um urso (1 Sm 17.34,35), apresentou-se para enfrentar o gigante Golias, lutou bravamente contra os filisteus sob o risco da própria vida. Sua evidente coragem firmava-se na autêntica fé em Deus (1 Sm 17.37; 45-47; 23.2-5)
6. Gratidão. Davi não se cansava de exaltar ao Senhor por seus maravilhosos feitos. Seus salmos estão repletos de gratidão e louvor o Todo Poderoso. Eles refletem a alegria, a satisfação e o reconhecimento por todas as bênçãos recebidas (Sl 7.1.17; 144.1,2).
7. Arrependimento. Segundo a lei mosaica, Davi cometeu dois pecados punidos com morte: adultério e assassinato premeditado (2 Sm 12.9; Ex 20.13,14). Davi arrependeu-se do que fez, pediu perdão a Deus de todo o coração e foi perdoado (2 Sm 12.13b; Sl 32.5).
CONCLUSÃO:
Nosso desejo e oração são para que vivamos os valores de Deus em qualquer tempo ou situação. E, quando formos pressionados a mudar, lembremos que Cristo nos comprou com o seu próprio sangue, e façamos a seguinte pergunta: “Em meu lugar, Jesus mudaria?”.
Não pertencemos ao mundo em que vivemos. Nós pertencemos a Cristo. Às vezes, nos envolvemos tanto com o mundo em que estamos que parecemos ser dele. Estamos nele, mas não somos dele. Nós somos de Cristo.
Há muitos senhores desejosos de nos escravizar, para que façamos a cultura girar a favor deles. No entanto, nosso compromisso é fazer a cultura girar em direção a Deus. O sentido da nossa vida é obedecer a Jesus Cristo e desfrutar da presença de Deus no tempo em que vivemos.
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